A Palavra
Na essência passageira
Saltita algo de transcendente
Na dissertação talvez vaga
Na perdição de uma pétala
Pétala vigorosa
No perigo eterno
Da palavra suave
Gigante ou traiçoeira
Mas a palavra eterna
Num poema estranho
Desfaz-se por vezes
Na dança das letras
São pingos de luz
Na infantilidade translúcida
Na complexidade do cosmos
Onde o poeta se perde
Não sei onde existe
O panorama existencial
Na paz das estrelas
Por onde ando perdido…
Pedro Valdoy
Amizade
Sinto-me desolado
numa rua deserta
sem carinho
numa solidão imensa
Meus passos
com o peso da amargura
parecem pedras
na calçada
Desiludido me sinto
mas ouço ao longe
a Flauta Mágica
do Mozart
De repente as estrelas
parecem fogo de artifício
a acompanhar aquela magia
e senti uma nuvem a rodear-me
Mas... não sei porquê
uma porta se abriu
e alguém me chamou
com o sorriso talvez de Deus
Eu entrei
e chamaram-me amigo
e então as luzes se acenderam
com o milagre da amizade
Com o canto da Flauta Mágica
com o sorriso daquele homem
que me chamou amigo
surgiram as lágrimas da felicidade.
Pedro Valdoy